segunda-feira, 6 de abril de 2009

COLLOR - UM TALENTO NATO

Recentemente assistimos indignados (alguns nem tanto) à posse de nosso memorável ex-presidente da República Fernando Collor de Melo ao cargo de Presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal. Diante desse ocorrido fiquei particularmente convencida de que a corrupção não tem jeito. Não é uma questão de acomodação ou qualquer outra coisa similar. Seguirei sempre terminantemente contra e disposta a repugnar esse tipo de coisa. Mas infelizmente a verdade é que isso vem dos primórdios e vai sempre existir, porque a causa não mora no sistema político em regimento aqui ou acolá, e sim na natureza humana. Quem sabe se a fada azul tranformasse a humanidade num bando de andorinhas. As andorinhas fazem um bonito revezamento no céu e utilizam a cooperação como princípio de sobrevivência.
Mas voltando ao caso Collor, eu concordo com o talentoso Dr Lair Ribeiro que repetiu exaustivamente "o sucesso não ocorre por acaso". Esse talentoso golpista teve escola em casa. Obviamente eu não sei da missa a metade, mas é fato conhecido que seu pai já o credenciava a ser quem ele foi, e pretende continuar sendo. Afinal, o senhor Arnon Afonso de Melo já havia sido governador do estado do Alagoas, e foi eleito, em seguida, senador da República, em 1958, e logo em 1963 tornou-se o primeiro senador da história do Brasil a ter seu mandato cassado. O motivo foi o assassinato de um colega senador no próprio Plenário do Senado Federal. Na verdade o defunto nem tinha a ver com história, já que o tiro era pra outro senador, seu inimigo número 1. Iniciava-se então a incrível saga política de sucesso de Arnon de Melo. A cassação do mandato foi impulso incial para carreira de político sujo bem sucedido que realizou durante a ditadura.
Voltou ao cenário político já em 1970, nomeado senador nos anos da ditadura militar brasileira. Reeleito em 1978 devido a sua competência com o negócio. Mas veio a falecer em 1983, deixando para trás uma carreira brilhante, herdeiros bem capacitados, e um grande complexo empresarial, a Organização Arnon de Melo, que hoje é a voz, a letra, a conexão e a imagem do estado de Alagoas.
Esse é um breve resumo do background político do senhor Fernando Collor. Temos que admitir que o cara leva jeito para a coisa.
Minha indignação reside no seguinte: pra que é que se estuda história na escola? Cadê o conhecimento que realmente interessa e pode fazer a diferença? Eu não vejo decência no nosso ensino. Tudo bem que em 1990 o sistema educacional ainda estava comprometido pelos anos de chumbo, mas não justifica que a pouca-vergonha perdure até hoje.
Será que podemos esperar que a geração internauta faça uso dessa ferramenta maravilhosa para revolucionar uma sociedade? Não dependamos de sistema educacional para isso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário